Comentário ao Evangelho – Quinta-feira 19/05/2022

Quinta-feira da 5ª semana da páscoa

At 15,7-21

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A leitura relata como os Apóstolos, reunidos no Concílio de Jerusalém, superaram a questão da necessidade ou não da circuncisão.

Conforme os Atos dos Apóstolos alguns ex-discípulos dos fariseus tinham se convertido ao cristianismo começaram a semear perturbação com o seu ensinamento sobre a necessidade da circuncisão e da submissão à Lei judaica. Embora tivessem aceitado a fé cristã, não tinham renunciado aos seus princípios religiosos nem estavam dispostos a fazê-lo. A posição deles era de para seguir o Evangelho era preciso também observar a Lei.

Paulo, no entanto, defendeu outra posição. Em vez de acumular Evangelho e Lei, era preciso optar pelo Evangelho. Ele defendia que a aceitação da circuncisão significava a exclusão de Cristo e da salvação por ele realizada. A Lei foi boa, porque conduziu a Cristo, e com a vinda de Cristo, a Lei deixava de ter validade. Assim o único caminho de salvação é Cristo.

Os Apóstolos, reunidos em Jerusalém, iluminados pelos Espírito Santo decidem pela posição de Paulo. Os argumentos para essa decisão são os seguintes.

  1. Foi o próprio que inaugurou a missão entre os pagãos. A conversão e o batismo de Cornélio eram já de conhecimento de todos, e a Igreja dos Apóstolos tinha aprovado tal decisão de admitir Cornélio ao batismo.
  2. A atuação de Pedro no caso de Cornélio foi aprovada e confirmada pelo próprio Deus que enviou o Espírito Santo sobre os pagãos, sem fazer distinção alguma entre judeus e não judeus.
  3. Deus purificou o coração dos pagãos. Os judeus consideravam os pagãos impuros e por isso os mantinham a distância. A purificação que os judeus julgavam obter através da Lei, na verdade, era obtida através da fé em Cristo.
  4. Se a fé substituiu a Lei como meio de purificação, não era mais necessário suportar o peso da Lei. Se nem os judeus eram capazes de observar toda a Lei, por que impor esse peso aos pagãos?

O Concílio de Jerusalém marcou uma direção definitiva para a Igreja. Ela não será uma seita ao interno do judaísmo, mas a Igreja em saída missionária para anunciar a todos o tesouro do encontro pessoal com Cristo.

 

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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