Quinta-feira da 19ª. Semana do TC
Ez 12,1-12
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A leitura nos narra uma ação simbólica do profeta Ezequiel. O profeta, em vez de pregar e falar, realiza um gesto que comunica uma mensagem. Trata-se de uma espécie de mimica ou de representação que transmite a Palavra de Deus. A diferença da mímica e da ação profética é que a mímica tem força comunicativa enquanto que a ação profética tem poder performativo, ou seja, o simples fato de realizar a ação já põem em ato a mensagem transmitida.
A ação profética consiste na representação do exilado. Ezequiel preparou a bagagem, fez uma abertura no muro e passou através dela. Além disso, cobriu o rosto e saiu como fugitivo ao entardecer. Tudo isso ele realizou na presença das pessoas. Alguns assistiram a ação simbólica de Ezequiel com curiosidade, outros desdenhosos, como se o profeta tivesse perdido a razão. De qualquer forma, de manhã os comentários explodiram: perguntam ao profeta o que ele estava fazendo. A resposta é clara: “eu sou um sinal para vós. Assim como eu fiz, assim será feito com eles: irão para o exílio”. Todos irão para o exílio.
Alguns anos depois, essa ação profética se confirmou: o rei Sedecias fugiu de noite, através de um buraco na muralha, a caminho de Jericó onde ele foi capturado pelas tropas de Nabucodonosor. É preciso ainda recordar que o gesto de “cobrir o rosto” é um sinal de humilhação e de vergonha.
A leitura nos revela a condescendência de Deus que utiliza todos os meios para se fazer compreender e acreditar por quem não está disposto a escutá-lo nem acreditar. De fato, Deus não deseja a morte do pecador, mas que ele se converta e viva. Para que nós nos convertamos e vivamos, Deus nos adverte através de muitos e variados meios: pessoas, acontecimentos, sinais, leituras, pregações, etc. Não sejamos surdos aos seus apelos.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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