Comentário ao Evangelho – Quinta-feira 01/10/2020

Quinta-feira da 26ª Semana do TC

Lc 10, 1-12

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Ouvimos o relato do envio dos 72 discípulos por Jesus. Alguns pontos valem a pena ser destacados.

O ponto de partida está no fato de que o Reino vem, está próximo. Não é a missão que está na origem do Reino. Pelo contrário, é o reino que suscita missionários que o anunciam e o preparam. Para além de todas as hesitações dos homens, está a certeza de que Deus salva, isto é, de que o “reino está perto”.

Considerado em si mesmo, o reino vem como paz. Por isso, os missionários têm que invocar a paz de Deus sobre as casas e cidades onde vão. Recorde-se que, segundo a Bíblia, essa paz não consiste na ausência de guerra aberta, mas na irrupção e na presença dos bens messiânicos, entre os quais se inclui, fundamentalmente, a abertura a Deus e a justiça inter-humana.

A palavra de Jesus assegura ao missionário a possibilidade de a sua mensagem ser ouvida: todo o texto deixa entrever que existem famílias e cidades que recebem o chamamento para o reino. Nesta situação, alude-se à necessidade da partilha dos bens. O mensageiro inteiramente dedicado à tarefa do reino, oferece a palavra gratuitamente; aqueles que o escutam, oferecem generosamente o seu lar e alimento. Cada um dá o que tem, e todos partilham fraternalmente os seus bens.

No fundo de toda a mensagem de Jesus, alude-se, finalmente, à possibilidade de um confronto. Nesse caso, a situação de cada uma das partes é diferente: os discípulos encontram-se como ovelhas nas mãos dos lobos; carecem da possibilidade de defesa e não têm outra solução que não seja o caminho de Jesus, que os leva à morte. Os perseguidores, por sua parte, correm o risco de fracasso definitivo e eterno na condenação e na perdição. No entanto, a ninguém é permitido antecipar a condenação.  O discípulo missionário arde com a mesma paixão e com o mesmo amor de Jesus que quer que todos se salvem e que os pecadores se convertam.

Rezemos para que nunca falte na Igreja missionários que tenham o mesmo ardor e o mesmo fogo de Jesus. Rezemos para que sejamos nós missionários ardorosos do Evangelho.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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