Comentário ao Evangelho – Quinta-Feira 11/06/2020

Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo

Jo 6, 51-58

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Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente.

Com esta afirmação, Jesus deixou as pessoas que estavam na Sinagoga de Cafarnaum atônitas e confusas: Como é que ele pode dar a sua carne a comer?

Em vez de voltar atrás, Jesus confirma: a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida.

Jesus não é somente aquele que dá o pão da vida. Isso pode ser aceito: Ele dá o ensinamento que, se for aceito na fé, conduzirá à vida eterna. Mas Jesus não somente dá o alimento que dá a vida. Ele próprio é o alimento, descido do céu, ou seja, vindo do Pai. Aqui não se trata só de aceitar, de aderir com a mente e o coração, de acreditar em Jesus. É muito mais: trata-se de se alimentar de Jesus, de viver dele, de comer e beber.

De novo pode surgir entre nós a pergunta: Como é que ele pode dar a sua carne a comer? Nós sabemos que a expressão “comer a carne de alguém, beber o seu sangue” tem um sentido pejorativo de vingança. Mas na boca de Jesus, comer a sua carne e beber o seu sangue não tem nenhum sentido canibal nem de vingança. Por que? Porque aqui se trata da eucaristia. Jesus está falando aqui da eucaristia. Se assim não fosse, de fato, poderíamos pensar em comer a carne e beber o sangue em sentido unicamente material (canibalismo e vingança). Jesus não está falando somente em senso simbólico e figurado, pois se trata sim de comer e beber de verdade. Mas comer e beber da eucaristia, o pão e o vinho consagrados. Se Jesus não tivesse isso em mente, de fato, a afirmação de Jesus poderia ser um convite à vingança ou ao canibalismo.

O pão e o vinho que nós oferecemos como fruto da terra e do trabalho humano, como expressão do oferecimento de nós mesmos a Deus, é consagrado e devolvido a nós como sacramento do dom de Cristo para nós. Na eucaristia, Jesus se dá a nós todo inteiro, para que vivamos dele, para que tenhamos em nós a sua vida, da mesma forma que ele tem a vida do Pai e vive da vida do Pai.

Esse mistério da doação de Cristo a nós se oferece a nós no sinal e na realidade. No sinal do pão e do vinho, no sinal do alimento e da bebida. Prestem atenção, para acolher esse sinal da doação de Cristo a nós no pão e no vinho, no sinal do alimento e da bebida é preciso comer e beber. O alimento e a bebida reclamam o comer e o beber. Jesus se oferece como alimento e como bebida; ele se doa totalmente a nós no sinal do pão e do vinho, e a essa oferta corresponde a nossa aceitação que se realiza no nosso comer e no beber. O alimento está para o comer, e a bebida está para o beber.

O mistério de doação de Cristo a nós se oferece a nós no sinal e na realidade. Na realidade porque o pão e o vinho consagrados não são mais pão e vinho, mas corpo e sangue de Cristo. A realidade do pão, pela consagração, é a realidade do corpo de Cristo. A realidade do vinho, pela consagração, é a realidade do sangue de Cristo. Ao comer e beber, comungamos do corpo e do sangue de Cristo, recebemos o Cristo que se doa realmente a nós.

Sinal e realidade: isso é pão e vinho, consagrados no corpo e sangue de Cristo, recebido por nós no comer e beber com fé.

Sinal e realidade: Cristo continua se doando total e integralmente no amor, ele se oferece a nós no aqui e no agora da eucaristia. E nós o recebemos na fé comendo e bebendo. Para comer e beber Cristo é preciso ter fé; mas ao comer e beber a fé se exprime de maneira ainda mais luminosa. Ao comer e beber a fé se reforça e se aprofunda: cremos que realmente Cristo está presente a eucaristia.

É essa realidade da doação de Cristo no pão e no vinho e do nosso acolhimento ao comer e beber crendo que celebramos na eucaristia e nesta solenidade de Corpus Christi.

Sinal e realidade: tudo o que é o alimento e a bebida para a nossa vida física, é a eucaristia para a nossa vida de fé.

O pão

  • nutre: é preciso receber a vida de fora: não só de pão vive o homem
  • cura: combate a doença e robustece contra a doença
  • deleita: amizade, alegria, reconciliação.

A eucaristia é

  • alimento de vida eterna: recebemos de Deus a Vida
  • antídoto para não pecar: perdoa os pecados veniais e evita os mortais
  • antegozo do céu: comunhão na terra e no céu.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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