Quarta-feira de Cinzas
Mt 6,1-6.16-18
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Neste primeiro dia da Quaresma a Igreja nos dá uma orientação correta. Pede-nos, com São Paulo, a acolher a graça no momento favorável, a não deixar passar este momento, porque agora é o dia da salvação.
No evangelho, o Senhor nos indica qual deve ser a nossa atitude e insiste sobre a retidão interior, dando-nos também o meio para crescer nesta pureza de intenções: a intimidade com seu Pai. Este evangelho é verdadeiramente belo e devemos lê-lo com frequência, porque nos diz qual é a atitude interior do próprio Jesus, que não fazia nada para ser admirado pelos homens, mas vivia diante do Pai.
O evangelista Mateus nos apresenta três exemplos: a esmola, da oração, o jejum e coloca em evidência a tentação comum que está ligada a essas três práticas religiosas. Quando fazemos o bem, imediatamente nasce em nós o desejo de sermos estimados por esta boa ação, de sermos admirados, de termos a nossa recompensa, uma recompensa falsa: a glória humana, a nossa satisfação, o nosso prazer. E isto nos fecha em nós mesmos e, ao mesmo tempo, nos leva fora de nós, porque ficamos dependendo daquilo que os outros pensam de nós, louvam e admiram em nós.
O Senhor nos pede que façamos o bem porque é o bem, e nos dá também o modo para viver assim: viver em relação com o Pai. Para fazer o bem nós temos necessidade de viver no amor de alguém. Se vivemos no amor do Pai, nós faremos o bem de modo perfeito. Estar cheios desta presença é uma alegria muito mais profunda do que qualquer outra alegria humana. Esta é a recompensa aqui na terra e o penhor daquela futura.
O Senhor Jesus não tem medo de dizer: “o teu Pai te recompensará” e não é egoísmo esperar esta recompensa porque não é procura do próprio interesse, mas busca do amor. No amor há sempre reciprocidade.
A nossa atitude nesta Quaresma seja, portanto, a de viver no segredo onde o Pai nos vê, nos ama, nos espera.
As coisas exteriores são importantes, mas no seu lugar. Se podemos fazer pouco, façamos pouco, mas no amor de Deus: isto vale muito mais do que fazer muito procurando a estima dos outros. Façamos na oração, na mortificação, na caridade fraterna aquilo que podemos, humilde e sinceramente diante de Deus; assim seremos dignos da recompensa que o Senhor Jesus nos prometeu da parte de seu e nosso Pai.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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