Quarta-feira 34ª Semana TC
Ap 15,1-4
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A leitura de hoje termina com um hino que tem clara ligação com o cântico de libertação de Moisés depois da passagem do Mar Vermelho. Na verdade, todo o livro do Apocalipse deve ser interpretado a partir da perspectiva fundamental do Êxodo. Tanto no Êxodo quanto no Apocalipse Deus se revela concretamente no ato de libertar os oprimidos. Por isso, o culto a Deus e cultivo da contemplação e da oração faz os fiéis tomarem consciência dessa ação maravilhosa de Deus: Ele vem em socorro dos sofredores para libertá-los da opressão.
O “mar de vidro misturado com fogo” é uma recordação poética do Mar Vermelho: sobre esse mar de vidro “estão de pé todos os que saíram vitoriosos do confronto com a besta, com a imagem dela e com o número do nome da besta”. Estar de pé recorda exatamente isso a vitória sobre as potências que escravizam. É uma implícita e muito clara referência aos cristãos que resistiram aos absolutismos de todos os impérios terrenos. São os cristãos perseguidos de todos os tempos e também os de hoje (estima-se que os cristãos perseguidos por causa da fé seja de 360 milhões). Os cristãos perseguidos vencem não pelas forças das armas, não organizam guerrilhas, não cometem nem patrocinam atos terroristas. Nada disso. Eles se concentram no essencial: reservam somente para Cristo o absolutismo que os poderes deste mundo querem para si.
Os poderosos deste mundo perseguiram e perseguem os cristãos exatamente por isso: percebem como é perigosa para a organização política uma fé que não diviniza governante algum, que reserva o título de rei somente para Jesus Cristo, que confessa o salvador como salvador de todos, a começar dos mais pobres.
A mensagem do Apocalipse é uma mensagem universal. Por isso, o hino convida todas as nações a se prostrar diante do Cordeiro imolado. Todos os povos são convidados a abrir os olhos, a abandonar os caminhos de morte e empreender o regresso a Deus para se ajoelhar diante dele.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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