Comentário ao Evangelho – Quarta-feira 33ª semana TC da 33ª Semana do TC – 16.11.2022

Quarta-feira 33ª semana TC da 33ª Semana do TC

Ap 4,1-11

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O Deus vivo e verdadeiro que aparece no Apocalipse não está isolado no seu esplendor e glória. Deus não é um ser solitário como o deus dos filósofos e dos sábios deste mundo.

Deus vivo e verdadeiro se revela no Apocalipse assim como se apresenta em toda a Bíblia: Ele está cercado de seres celestiais que o rodeiam em uma ordem perfeita.

Os vinte e quatro anciãos dão a impressão de um senado ou de uma corte que adoram Deus. Deus não pode se subjugado, controlado, comprado ou manipulado por quem quer que seja. Por isso quem quer dispor de Deus comete um sacrilégio, usurpando o lugar de Deus.

Nesse sentido, a liturgia celeste descrita pelo Apocalipse é de grande atualidade nestes tempos em que se usa o nome de Deus em vão: para fazer uso político partidário, para fazer campanha política, para justificar políticas de governo ou eletivas.

Os vinte quatro anciãos são também uma representação simbólica do universo. Com efeito, doze mais doze lembram as doze tribos de Israel e os doze apóstolos.

Os quatro seres vivos recordam as quatro constelações: touro, leão, escorpião (na antiguidade tinha, às vezes, aspecto humano) e águia. Na interpretação litúrgica os quatro seres vivos são identificados com os quatro evangelistas: Mateus (o anjo), Marcos (o leão), Lucas (o boi) e João (a águia).

O número quatro significa os quatro pontos cardeais e o trono divino é o firmamento. As estrelas são o símbolo dos olhos de Deus.

O cântico dos vinte quatro anciãos: “Senhor, nosso Deus, tu és digno de receber a glória, a honra e o poder porque tu criaste todas as coisas. Pela tua vontade é que elas existem e foram criadas”, eles restituem a Deus a honra e a glória que tinha sido usurpada pelos reis e imperadores desta terra. É por isso que eles se prostram diante de Deus e colocam suas coroas diante do trono de Deus.

O Apocalipse está descrevendo quase fotograficamente uma realidade e um mistério: somente Deus é Deus. Trata-se de uma revolucionária rejeição do culto imperial e do endeusamento de César. Com efeito, no tempo do império romano, a multidão acompanhava a entrado de César com estas aclamações: “tu és digno, Senhor nosso e nosso Deus. Tu és santo, glória da terra, poder, senhor e deus nosso, senhor da terra e senhor do mundo”.

O Apocalipse descreve a liturgia celeste que proclama uma nova ordem na terra: César não é Deus! Deus não pode ser manipulado para nossos interesses e objetivos!

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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