Quarta-feira da 13ª Semana TC
Am 5, 14-15.21-24
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Como podemos render um culto que seja agradável a Deus? Todos temos a tendência e a tentação de separar culto e vida. Em honra de Deus se organizam celebrações solenes, cheias de entusiasmo e de unção, e assim se pensamos que Deus fique satisfeito. Depois, na vida concreta seguimos a lei do lucro e do egoísmo: tempo é dinheiro, e a vida é um negócio a parte do culto oferecido a Deus.
Os profetas de Israel nunca aceitaram essa dicotomia, essa separação entre o culto e a vida real. Muitas vezes, eles se expressaram de maneira dura: Deus exige coerência entre o culto a ele prestado e a vida que as pessoas levam. “Se me oferecerdes holocaustos, não aceitarei vossas oblações e não farei caso de vossos gordos animais de sacrifício. Em vez disso, que a justiça seja abundante como água e a vida honesta, como torrente perene”.
Deus pede que a nossa vida seja conforme à sua vontade, vontade de justiça, vontade de generosidade, do contrário podemos realizar quantas celebrações solenes quisermos que elas não serão agradáveis a Deus: “Livrai-me da balbúrdia dos teus cantos, não quero ouvir a toada de tuas liras”. As belas músicas religiosas, os salmos, os cânticos animados e bem executados não podem substituir uma vida obediente à vontade de Deus que é, no fundo, uma vontade de amor generosos: “Buscai o bem, não o mal, para terdes mais vida. Odiai o mal, amai o bem, restabelecei a justiça no julgamento”.
O culto cristão consiste em participar da Eucaristia, ativa, consciente e frutuosamente. Isso significa acolher na própria vida o dinamismo iniciado por Jesus na ceia da última ceia. Jesus “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”. A eucaristia contém esse dinamismo do amor que se entrega para a nossa salvação. Por isso, assistir a eucaristia não tem sentido se não nos abrirmos a esse dinamismo de amor, se não nos esforçarmos no serviço aos outros.
O sacrifício cristão consiste em se por a si mesmo à disposição de Deus, para que Deus nos possa colocar a serviço dos outros. Trata-se de algo totalmente novo em relação aos sacrifícios antigos que eram tão criticados por Amós. Não se trata de imolar animais; se trata de oferecer, como diz S. Paulo, os nossos corpos ao serviço de Deus, ou seja, de estar disposto a viver para os outros na caridade.
Peçamos ao Senhor a graça de entender bem qual é o culto agradável a Deus. É muito importante não viver na ilusão de agradar a Deus com gestos exteriores que não correspondem ao modo como devemos viver. Seremos felizes, se acolhermos o dinamismo da Eucaristia na nossa vida concreta.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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