Quarta-feira da 14a. semana TC
Os 10,1-3.7-8.12
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Aquilo que semeamos é o que colheremos. Quem semeia ventos colherá tempestades. É o que Oséias vê a todos momentos: a disseminação da idolatria, a multiplicação dos altares em honra dos ídolos. O profeta vê a situação se tornar cada dia mais funesta e irremediável.
Nem sempre foi assim. Israel era como uma vinha exuberante, mas conforme crescia a sua prosperidade foi se distanciando de Deus até abandoná-lo por completo: “Israel era uma vinha exuberante e dava frutos para seu consumo; na medida de sua produção, erguia os numerosos altares; na medida da fertilidade da terra, embelezava seus ídolos”. Assim a prosperidade em vez de motivar a gratidão a Deus, serviu para perverter o coração.
Oséias critica duramente a dicotomia entre o culto e a vida concreta. Os cultos podem ser multiplicados e cada vez mais belos e solenes para ocultar a apostasia e a idolatria, mas a Deus ninguém engana. Ele quer o coração, a interioridade, o eu comprometido da pessoa. Ele sabe quando prestamos culto com coração dividido: “Com o coração dividido, deve agora receber o castigo; o Senhor mesmo derrubará seus altares, destruirá os simulacros”.
O profeta Oséias insiste. Atenção! O reino se encaminha rapidamente para sua ruína. A impotência de Samaria e do seu rei é evidente: flutuam “como palha em cima da água”.
Quando vier o castigo, quando Deus abandonar o seu povo, a fecundidade desaparecerá das suas vidas. A desolação será tão terrível que pedirão para a própria natureza vir cobri a sua vergonha: “então se dirá aos montes: Cobri-nos! E às colinas: Caí sobre nós!”.
Mas ainda há tempo para a conversão. De novo: nós colheremos o que semeamos hoje! Em vez de semear ventos, Israel deve semear a justiça para colher a misericórdia! “Semeai justiça entre vós, e colherei amor; desbravai uma roça nova”.
É tempo de semear! Estejamos atentos ao que semeamos!
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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