Quarta-feira da 18ª. Semana do Tempo Comum
Jr 31,1-7
Clique para ouvir o Evangelho e seu comentário:
Jeremias tinha sido constituído profeta por Deus. Ele, porém, precisa exercer a ingrata tarefa de ser profeta da destruição e da desgraça. Por culpa dos muitos pecados do povo, Jeremias, de fato, parece ser anunciador somente de acontecimentos negativos de castigo e de provação. O próprio Jeremias, a certo ponto de sua vida, se queixou com Deus por ser obrigado a ser portador somente de desgraças e tragédias.
Na leitura de hoje ouvimos a resposta de Deus à queixa de Jeremias, constituindo-o profeta da salvação e do ressurgimento.
A situação do povo é descrita como sem cura e remédio. Essa situação é o resultado da multidão de pecados cometidos. Até os amigos se esqueceram do povo. Humanamente não há nada que possa ser feito. Dá a impressão de que Deus se compraz em tornar ainda mais evidente a situação desesperadora do povo. Os remédios humanos só podem aliviar um pouco a dor, mas não são capazes de curar as feridas. É um duro golpe ao orgulho humano que se achava capaz de vencer todas as dificuldades.
Quando o povo toma consciência dessa situação sem saída e a aceita, é nesse momento que Deus declara: “eu serei o seu Deus para todas a tribos de Israel, e elas serão meu povo”. Somos colocados diante da promessa da Nova Aliança.
Assim a palavra de Deus passa do anúncio do castigo para se transformar em promessa maravilhosa: “Amei-te com amor eterno e te atraí com a misericórdia. De novo te edificarei, serás reedificada, ó jovem nação de Israel”.
O exílio era como se fosse um deserto onde o povo encontra Deus. Nos sofrimentos se manifesta o amor eterno do Deus fiel. O Senhor é Deus na proximidade do amor e no distanciamento do mistério.
Assim é Deus em nossa vida cristã: Deus na proximidade do amor e no distanciamento do mistério.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
Veja mais em: Biografia / Agenda do Arcebispo / Palavra do Pastor / Youtube / Redes Sociais