Comentário ao Evangelho – Domingo 28/03/2021

Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor

Mc 11, 1-10

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Jesus entra na cidade de Jerusalém. O que seria uma simples caravana de galileus peregrinando a Jerusalém para a celebração da Páscoa, se transformou em uma entrada alegre e festiva.

Não é uma entrada triunfal, mas uma entrada reveladora. Ela revela quem é Jesus! Ele é o filho de Davi. Ele é o Bendito que vem em nome do Senhor! Ele é o rei Messias! Jesus é recebido com rei messiânico!

E Jesus aceita essa aclamação, mas salienta no seu modo de agir e se comportar que é um rei pacífico. Ele não se apresenta com um aparato militar, não é acompanhado de cortesãos, não se cerca de serviçais. Ele vem montado num jumentinho e se apresenta desarmado e humilde. Ele não vem para conquistar pelas armas, mas deseja conquistar os corações. Nesse sentido ele é rei, e é isso que a entrada em Jerusalém revela de Jesus.

Os ramos que levamos para a celebração de hoje possam exprimir que fomos conquistados por Jesus.

Hoje também nós entramos no mistério do Senhor crucificado, morto, sepultado e ressuscitado. Entrar no mistério do Senhor consiste em padecermos com Ele para com Ele ressuscitar. É passar da morte para a vida, do pecado para a graça, do homem velho para o homem novo em comunhão com Jesus Cristo.

Ouvimos o relato da Paixão e morte de Jesus não como simples recordação. Não se trata somente de um relato. Trata-se de entrar com Jesus nos eventos da sua paixão, morte e ressurreição. A liturgia de hoje nos põe diante da seguinte alternativa: “Hosana ao Filho de Davi” ou “Crucifica-o”. São dois evangelhos: no início da procissão de ramos o povo aclamou: “hosana ao Filho de Davi”; no relato da paixão vemos a multidão pedir: “Crucifica-o”.

Cabe a nós escolhermos com que atitude nós queremos entrar na história da Paixão de Cristo: com a atitude do povo que aclamou hosana, com o gesto do Cirineu que se coloca ao lado de Jesus para ajuda-lo a carregar a cruz, com o pranto da mulheres que choram por Jesus, com a fé do centurião que bate no peito, com o arrependimento do bom ladrão, com a fidelidade de Maria que permanece ao pé da cruz? Ou podemos entrar no mistério da Paixão do Senhor com o gesto da traição de Judas e de Pedro, com a omissão de Pilatos que lavou as mãos, com a curiosidade dos que olham tudo de longe, com o escárnio e a zombaria dos que torturam Jesus, com o insulto do malfeitor crucificado ao lado e que desafia Jesus a se salvar?

Como você deseja entrar no mistério da Paixão e Morte do Senhor?

A Paixão de Jesus não é um relato do passado. Jesus continua na prisão, continua atado à coluna, sendo torturado e ofendido, está ainda sofrendo processo injusto, sendo preterido ao criminoso; Jesus continua no sepulcro lacrado por uma pesada pedra, porque naqueles que continuam sofrendo, Jesus continua sofrendo. Enquanto durar o sofrimento da humanidade, principalmente dos mais pobres, enquanto subsistir a dor e o pecado no mundo, Jesus está ainda misteriosamente no sepulcro; não ressuscitou ainda totalmente. Mais uma vez somos colocados diante da pergunta: como você vai entrar no mistério da Paixão de Jesus que continua sofrendo e morrendo nos sofredores deste mundo?

Toda a nossa vida deve ser, em certo sentido, uma semana santa. Como vamos vivê-la?

Possamos viver a grande semana da santa da vida com Jesus, como Jesus, e como tantos outros bons Cirineus, como Maria, como o Centurião Romano, como o bom ladrão!

 

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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