2º Domingo Quaresma B
Mc 9, 2-10
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A caminho de Jerusalém, Jesus faz o primeiro anúncio da Paixão. Disse que iria sofrer e padecer em Jerusalém, e que morreria nas mãos dos sumos sacerdotes, dos anciãos e escribas. Os apóstolos tinham ficado aflitos com essa notícia: não era o que eles esperavam de Jesus!
Para preparar o ânimo dos discípulos, Jesus toma consigo Pedro, Tiago e João e leva-os para rezar num lugar à parte no alto da montanha. É nesse contexto da oração que Jesus revela aos apóstolos a glória de sua divindade. “Enquanto orava, o seu rosto transformou-se e as suas vestes tornaram-se resplandecentes”.
A transfiguração de Jesus não é uma transformação de Jesus. É sim a revelação do que Ele é: homem Deus. Pela transfiguração o véu da humilde humanidade de Jesus como que se levanta para manifestar por um momento em todo o seu esplendo a glória de Filho de Deus.
A transfiguração revela que uma vida vivida como dom nunca é fracassada, mesmo que termine na cruz. Por isso, o Pai declara do meio da nuvem pela voz: “Este é o meu Filho amado! Escutai o que ele diz!” Escutai o que Ele diz não somente com a boca, mas também o que ele diz com o testemunho de sua vida.
A transfiguração é uma antecipação da Ressurreição. Ressurreição que está ligada a uma vida de doação e do sacrifício da cruz. Não é qualquer vida que ressuscita! A vida doada de Cristo é a que ressuscita! É isso o que a transfiguração antecipa para nós.
Por isso a transfiguração antecipa a nossa divinização. A mesma glória que se manifesta no dom da vida doado de Cristo é a que resplandecerá em nós por nossa união com Cristo. Vivendo como Ele, experimentamos na transfiguração o dom de plenitude que esperamos receber.
A transfiguração nos ensina que o mais importante não é estar no monte, mas o estar com Jesus onde se encontra. Pedro tinha exclamado extasiado: Como é bom estar aqui! Vamos fazer três tendas! Pedro não sábia o que estava dizendo. O bom mesmo é estar com Jesus em todas as circunstâncias da vida, não somente nos momentos de glória.
A transfiguração atrai a nossa atenção para o céu. Estar com Jesus é no céu e é isso que nos anima em meio a todas as adversidades. Sabemos que nosso lugar é o céu, mas isso não nos faz menosprezar a tarefa diária e a responsabilidade do cotidiano. Pelo contrário, em tudo que fazemos, agimos para “ganhar o céu”. A transfiguração intensifica a nossa nostalgia e desejo do céu. A visão e o desejo da glória divina nos animam na luta diária.
Quando se pretende, em nome duma ideologia, expulsar Deus da sociedade, acaba-se adorando ídolos, e bem depressa o próprio homem se sente perdido, a sua dignidade é espezinhada, os seus direitos violados (Fratelli tutti, 274).
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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