Comentário ao Evangelho – Domingo 25/04/2021

4º. Domingo da Páscoa B

Jo 10, 11-18

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Nós estamos muito longe da vida e da cultura rural e pastoril. Vivemos na cidade, entre prédios, asfalto, veículos automotivos. É preciso levar em conta essa distância da vida rural para contemplar o nosso Bom pastor. Ainda que nunca tenhamos visto o pastor e suas ovelhas, é possível meditar o evangelho do Bom pastor, pois mais importante do que a imagem e o próprio Jesus na sua relação conosco.

Jesus se apresenta como o bom pastor em oposição aos mercenários. Ele é o bom pastor porque reconhece que Ele entregou a sua vida para a nossa salvação. A relação de cuidado e de dedicação pessoal até o sacrifício de si mesmo é o mistério que se revela na imagem do pastor.

O mercenário é aquele que cuida só de si mesmo e só pensa nas ovelhas a partir dos interesses pessoais. Jesus é o bom pastor em contraposição aos mercenários porque ama e dá a vida por amor.

O Evangelho de hoje é um convite a assumirmos o comportamento do pastor e não o do mercenário.

Por exemplo, diante da obra prima da Pietà posso ter o olhar do mercenário, quando vejo somente a sua estética e o seu valor comercial. Posso ter outro olhar, quando me pergunto sobre quanta paixão tinha Michelangelo por Maria ao esculpir aquela imagem? Que beleza e quanto amor ele nos transmite através da sua obra.

O olhar do pastor vê uma criança e enxerga a beleza que ela traz dentro de si, a esperança que carrega em si, se preocupa pela sua proteção e educação, para que não caia no mundo da criminalidade. Mesmo infrator, o olhar de pastor enxerga nela o sofrimento de seus pais, se entristece com a desestruturação da sua família, se angustia pela dor de uma vida ameaçada de perdição.

O olhar do bom pastor nunca vai acreditar que uma pessoa não tem remédio. Sabe que sempre existirá um resquício de luz e vai procurar a beleza ainda presente no coração.

 

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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