Comentário ao Evangelho – Domingo 16/05/2021

Ascensão do Senhor, Solenidade – Ano B

Mc 16, 15-20

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Celebramos o mistério conclusivo da vida de Jesus: a sua ascensão ao céu.

O fato da ascensão é descrito com riqueza de detalhes na primeira leitura dos Atos e, de modo indireto, por Paulo na segunda leitura (Ef) e de modo sintético pelo Evangelho de Marcos: “Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus” (Mc 16,19).

Quando falamos de céu, devemos evitar pensar no céu como o espaço acima de nós. Desde quando o céu foi explorado pelo ser humano através de máquinas e de foguetes, o céu para onde subiu Jesus não pode ser mais entendido como espaço geográfico.

O que significa dizer que Jesus subiu ao céu? A resposta nos é dado pelo evangelho que ouvimos: “Jesus foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus”. Jesus não entra em um “lugar”. Ir para o céu significa ir para junto de Deus; estar no céu não é estar em um lugar, mas estar com Deus.

Mais do que isso. O céu em si não existe, mas se forma no momento mesmo em que a primeira criatura alcança definitivamente Deus. O céu nem sempre existiu! O céu se forma quando a humanidade de Cristo, assumida na encarnação, é glorificada. Jesus não subiu a um céu que já existia, mas subiu para formar o céu: “vou preparar-vos o lugar, Depois de ir vos preparar o lugar, voltarei e vos tomarei comigo, para que, onde eu estou, estejais também vós” (Jo 14,2-3). O céu é, portanto, o corpo de Cristo ressuscitado com o qual nós nos uniremos para formar um só Espírito com Ele.

Para nós, o céu é Jesus, homem e Deus! Para Jesus o céu é o Pai. A ascensão ao céu para Jesus é ir para o Pai. “Eu vou para o Pai”. “Eis que agora vou junto a ti, ó Pai”! Ir ao Pai não é um deixar esta terra, mas é ser glorificado na sua humanidade, é se sentar à direita do Pai em sua humanidade agora glorificada, uma vez que em sua divindade, o Filho é igual ao Pai.

Subir ao céu significa que Jesus também como homem e com o seu corpo é glorificado pelo Pai, com a glória que Ele, como Filho de Deus, sempre teve desde toda a eternidade. Com Jesus, um fragmento de nosso mundo, ou melhor, um de nossa humanidade chegou a Deus e foi nele glorificado e acolhido. Trata-se das primícias, do prelúdio de uma grande colheita. Em Jesus que sobe ao céu, vemos a realização do que esperamos que aconteça também conosco.

A ascensão atesta também que Jesus está conosco. Ele foi para o Pai e voltará no fim dos tempos, mas, ao mesmo tempo, ele continua conosco. Na verdade, agora glorificado no céu, Jesus está mais presente do que nunca, mais ativo, mais enviado do que nunca.

Não é a mesma presença de antes. A presença dele não é mais segundo a carne, mas segundo o Espírito. Nessa nova condição, Jesus pode se tornar presente a cada um de nós, em qualquer lugar da terra e da história. Na condição terrena, a presença de Jesus estava limitada a um tempo e a um lugar. Agora a sua presença glorificada nos torna contemporâneos e conterrâneos de Jesus.

 

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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