3º Domingo da Páscoa C
Jo 21,1-14
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A aparição de Jesus ressuscitado aos discípulos Pedro, Tomé, Natanael de Caná da Galiléia e os filhos de Zebedeu e outros dois se dá no contexto de uma pesca. Os sete discípulos nomeados eram na sua maioria pescadores. Tinham sido chamados para serem pescadores de homens e agora voltam ao antigo ofício.
A pesca é também o contexto das tarefas do cotidiano. Assim a aparição do ressuscitado ocorre no contexto das atividades do dia-a-dia da Igreja. Essa é uma característica importante da vida cristã: nosso encontro com o Ressuscitado se dá também no nosso cotidiano!
O relato da aparição à beira do lago de Tiberíades é repleto de simbolismos que precisamos prestar atenção. O apostolado é uma ação de pescar não peixes e sim homens, a noite de trabalho infrutífero está em oposição à manhã da aparição de Jesus. O número 7 parece também significativo.
A noite é o tempo apropriado para pescar, mas os pescadores não pegam peixe algum. É a noite das trevas, na qual Jesus está ausente. Os discípulos precisam experimentar mais uma vez que sem Jesus eles nada podem fazer.
A manhã é o tempo da graça na qual Jesus está vivo. Ele é o sol que ilumina. A sua luz é tal que os discípulos não o reconhecem. Jesus não é identificado não porque se esconda ou se faça confundir. São os olhos dos discípulos que não enxergam; é a pouca fé deles que os impedem de identificar a presença de Jesus. Ou é a luz esplendorosa do Ressuscitado que os ofusca.
Jesus pergunta se eles têm algo para comer. Aquele que veio para dar, inicialmente pede algo para comer. Como aconteceu com a Samaritana, aquele que dá, começa pedindo.
Jesus manda que os discípulos lancem as redes mais uma vez à direita do barco em que estão. A pesca milagrosa agora é possível porque Jesus está presente. Assim é o apostolado, a pesca de homens, só é fecunda em obediência à Palavra de Jesus. Quando cumprimos a Palavra de Jesus, o apostolado é fecundo.
O sinal milagroso da pesca é correta e rapidamente interpretado pelo discípulo amado: “é o Senhor”.
Ao ouvir isso, Pedro se lança à água. É um sinal de pressa em chegar até Jesus. Pedro tem pressa de ir até Jesus. Os discípulos seguem atrás arrastando as redes. No plano simbólico é a força de atração de Jesus que arrasta todos para Ele.
Os cento e cinquenta e três peixes indicam a abundância, e a rede que não se rompe é o símbolo da unidade da Igreja que não se rompe.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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