24/11 – Sábado 33ª TC
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
A fé na ressurreição não era aceita por todos os judeus. Alguns afirmavam que haveria uma ressurreição, mas muitos a contestavam. Esse era o caso dos saduceus. A rejeição deles era tão grande que não perdiam oportunidade para ridicularizá-la, como no evangelho de hoje. Jesus mostra primeiramente que ela não é absurda. A ressurreição não é um retornar a essa vida na qual nos casamos e temos filhos. Há uma diferença qualitativa entre a vida terrena e a vida de ressuscitados. Trata-se não de voltar a esta vida, mas de receber uma nova vida, que não tem mais necessidade do casamento e da geração de filhos para perpetuar a vida. Uma vez que a morte não terá mais domínio sobre os que ressuscitam, não será mais necessário o casamento.
A fé na ressurreição não consiste em crer na imortalidade da alma, mas na experiência da promessa e do poder de Deus. O amor de Deus dura para sempre e não pode ser destruído nem pela morte. O amor de Deus vence tudo, vence sobretudo a morte. Assim crer na ressurreição nos leva a confessar e confiar em Deus: “Então sabereis que eu sou Deus, quando abrir os vossos túmulos e vos fizer subir de dentro deles, ó meu povo. Colocarei em vós meu Espírito e revivereis; eu vos farei repousar no vosso país; sabereis que eu sou o Senhor. Eu o disse e o farei” (Ez 37,13-14).
A fé na ressurreição é fé na ressurreição de Jesus. “Se Cristo não ressuscitou, vazia é a vossa fé e estais ainda nos vossos pecados” (1Cor 15, 17). “Pois não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. Esta vida presente na carne eu a vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e deu a si mesmo por mim” (Gl 2,20). A fé na ressurreição consiste em viver a vida do Filho que é Vida eterna na nossa carne. Assim vivo desde já, na vida morta, a Vida Nova do Filho ressuscitado.
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