Comentário ao Evangelho do Dia – 18 de setembro

(18 de setembro – terça-feira 24a. semana TC: Lc 7,11-17)

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

A nossa vida é mortal, ou seja, a morte não está fora de nós; não cai sobre nós a partir de fora. A morte está inscrita na nossa condição: nós somos mortais, a nossa vida termina. A morte é, portanto, algo natural. Como diz o povo: para morrer basta estar vivo. Ou melhor, como diz a Bíblia: somos pó e ao pó retornaremos. Todos nós estamos caminhando inexoravelmente ao pó. Todos nós já iniciamos o cortejo fúnebre de nosso retorno ao pó. A nossa vida pode ser comparada ao cortejo fúnebre em que somos levados ao cemitério.

Jesus entra na cidade de Nain. Ao chegar naquela cidade, vê um cortejo fúnebre de um jovem defunto, filho único de mãe viúva. Quase toda a cidade acompanha o cortejo. Jesus não se devia e vai ao encontro das pessoas. Cheio de compaixão, ele toca o caixão. O toque da sua mãe interrompe o caminho de regresso ao pó daquele jovem. Seu toque é um toque de vida que detém o caminho de regresso ao pó.

Jesus disse ao jovem defunto: “eu te ordeno, levanta-te”. O jovem obedece a tal palavra e se senta e começa a falar. A reação das pessoas é reconhecer: “um grande profeta apareceu entre nós e Deus veio visitar o seu povo”. Notem como é importante essa dupla constatação. Jesus é um grande profeta, profeta não no senso do AT. Ele é profeta no sentido de que anuncia e torna real o que anuncia. Ele não só promete, mas realiza a promessa. E o anúncio é a vida: vida que vence a morte e nos dá a esperança de superar a nossa morte. Assim a nossa vida não é mais um cortejo fúnebre em direção do cemitério, mas uma caminhada para o encontro com Jesus. Além disso, a ressurreição do jovem de Nain é a revelação de Deus como Deus da vida. Deus exerce o seu poder dando vida ao que está morto!

Sejamos como Jesus: ressuscitar os mortos não é fazer as pessoas retornarem a esta vida. Como podemos ressuscitar os mortos? Ter piedade dos que sofrem e oferecer-lhes nossa ajuda é “ressuscitar os mortos”. Anunciar o evangelho que dá alegria onde reina a tristeza é também “ressuscitar os mortos”.

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