02/12 – 1º Domingo do Advento B
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
A celebração de hoje abre o tempo do Advento. É tempo de espera vigilante. O evangelho deste domingo está articulado em duas partes: a primeira parte (21,25-28) refere-se ao momento do fim, narra o que vai acontecer; a segunda parte (21,34-36) diz respeito às atitudes que devemos cultivar em função desse fim; exorta-nos à vigilância.
Embora os acontecimentos tenham um caráter catastrófico e os sinais precursores sejam terríveis, os cristãos são chamados a se levantarem, a erguerem a cabeça porque a libertação está próxima.
A palavra de Jesus nos convida à vigilância. Está próximo o fim dos tempos e por isso é preciso estar sempre desperto. Este convite nos mostra que nossa vida tem uma grande profundidade, porque é no modo que vivemos que se decide a salvação ou a condenação. Ao falar do fim do mundo, Jesus nos revela não o futuro, mas o sentido profundo da realidade e do momento em que vivemos: o nosso presente é decisivo para a nossa eternidade; os sofrimentos presentes podem nos conduzir à vida eterna.
O dever da vigilância está fundado na esperança de que nossa vida tem futuro. Se nossa vida não tivesse futuro, não estivesse destinada à eternidade não precisaríamos de vigilância. Se nossa vida terminasse na morte, a nossa atitude não seria de vigilância, mas a de curtir a vida com a maior intensidade possível; seria a de desfrutar com sofreguidão o maior prazer possível, uma vez que a morte iria acabar com toda a possibilidade de prazer.
Mas o cristão é vigilante porque é animado por uma grande esperança: a esperança da eternidade. O futuro se aproxima, e nós já vivemos cada momento como uma abertura à eternidade. Assim preocupamo-nos em que a morte não nos encontre despreparados e em pecado mortal.
Isso não significa que devamos só ficar esperando. Nós estamos vigilantes porque cada momento nós o vivemos na presença de Jesus. O fim do mundo não é para nós uma espécie de amanhã. O fim do mundo é para nós o sinal claro de que nós somos limitados, mas, ao mesmo tempo, estamos abertos para Deus e para a Vida que Ele nos quer dar.
Com efeito, o fim do mundo pode ser ameaçador para aqueles que estão apegados a este mundo passageiro de injustiça. Mas o fim do mundo pode nos abrir a uma grande esperança, porque na instabilidade deste mundo esperamos o amanhã de Deus e do seu Reino.
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