4ªf. da 22ª semana TC

Cl 1,1-8

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A Comunidade de Colossas não tinha sido fundada por Paulo diretamente. Certamente os colossenses tinham ouvido falar de Paulo, mas não o conheciam pessoalmente. Por isso, no início da epístola, Paulo se apresenta aos fiéis de Colossas.

Ele se apresenta como “apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus”. Assim se apresentando, Paulo demonstra que estava consciente de que sua autoridade não tinha sua origem da comunidade cristã, nem vinha da organização social da Igreja, mas provinha da diretamente de Deus. Esse modo de se apresentar revela que a autoridade na Igreja não é dada pelo povo. Ao mesmo, Paulo não torna essa verticalidade da autoridade eclesial uma justificativa para um exercício tirânico do poder sobre os fiéis. O apóstolo não se substitui a Cristo, mas é por ele chamado para prestar um serviço ativo à comunidade. Por isso, o fato de os apóstolos serem chamados por Deus, não implica uma atitude de domínio, mas de serviço dedicado e sacrifical como o de Jesus Cristo.

Chama a atenção uma expressão: Paulo dá graças a Deus pois ouviu acerca da fé em Cristo Jesus e do amor que os colossenses demonstram para com os outros cristãos, “animados pela esperança na posse de céu”. Se lermos com atenção essa passagem pode nos surgir uma dúvida. A fé e o amor dos colossenses é animada “pela esperança na posse de céu”, ou seja, parece que a fé e o amor deles não é gratuito, mas interesseiro.

É preciso, porém, entender essa afirmação de Paulo não no sentido de uma fé e amor interesseiros. O que Paulo deseja dizer é que a esperança cristã nos motiva porque ela já nos dá algo do que esperamos. A esperança cristã não é utopia, não é fruto de uma imaginação induzida, sem base sólida. Na leitura de hoje, o que está em jogo não é o ato de esperar, mas a coisa esperada, o objeto da esperança. Assim a posse da vida eterna no céu é o que dá concretude e realismo à fé e à caridade dos cristãos.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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