4a feira da 10ª. Semana TC
2Cor 3,4-11
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Paulo exprime todo o seu entusiasmo e gratidão pela nova Aliança. Essa nova Aliança foi estabelecida por Deus Pai, por meio do Filho no Espírito Santo.
Também nós devemos estar como Paulo cheios de entusiasmo pela Nova e Eterna Aliança fundada no sangue de Cristo, pois essa Nova Aliança renova todas as coisas, fazendo-nos participantes da morte e ressurreição de Jesus Cristo.
São Paulo faz uma comparação entre a Antiga e a Nova Aliança. A Antiga estava gravada “em pedras com letras”. Paulo recorda explicitamente a Aliança do Sinai, quando Deus gravou na pedra os seus mandamentos. Essa Aliança, no entanto, se revelou no fim das contas como “ministério da morte”. Como entender isso?
O que Paulo quer dizer é que a lei da Antiga Aliança era boa em seu conteúdo. Ela trazia consigo, como acréscimo, as cláusulas penais no caso do não cumprimento da lei. Como a lei, gravada em pedra, permanecia externa ao coração do homem e não lhe dava a força para cumpri-la integralmente, o resultado era de condenar o homem às penas previstas. Não podendo alegar ignorância, uma vez que a lei permanecia gravada em pedra, o homem incorria na condenação. A condenação não era a finalidade da lei, mas a sua consequência. É por isso que Paulo chama a lei antiga de “ministério da morte”.
Nesse sentido a Nova Aliança não nega a Lei Antiga. Em seu conteúdo ela permanece boa. A Nova Aliança, ao contrário da Antiga, personaliza a lei, a interioriza e se converte em um dinamismo interior que leva o homem a cumprir a lei. Conforme diz São Paulo, “por nós mesmo não somos capazes de pôr a nosso crédito qualquer coisa como vinda de nós; a nossa capacidade vem de Deus, que nos tornou capazes de exercer o ministério da Aliança nova, não da letra, mas do Espírito”.
A Aliança da letra é gravada na pedra e é feita de leis exteriores, a Aliança do Espírito é interior e é escrita no coração, como tinha profetizado Jeremias.
Trata-se de uma verdadeira transformação do coração: Deus nos dá um coração novo para infundir nele um Espírito Novo, o Espírito Santo. É Ele a nova Aliança, é Ele a nova lei interior. Não mais uma lei feita de mandamentos exteriores, mas de uma lei que se torna um impulso interior, em um gosto de fazer a vontade de Deus, em um desejo de corresponder em tudo ao amor que vem de Deus e nos conduz a Deus, em um amor que nos torna participantes da vida da Trindade.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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