Comentário ao Evangelho – 2ªf. da 3ª Semana do Advento – 12.12.2022

2ªf. da 3ª Semana do Advento

Lc 3,10-18

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Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos! (Fl 4,4).

A proximidade de Deus torna o cristão pre-ocupado com a ação. Que devemos fazer?

João impõe a três categorias de pessoas (multidão, publicanos e soldados) um comportamento preciso em sinal de conversão.

Quem tiver duas túnicas, reparta-as com aquele que não tem, e quem tiver o que comer, faça o mesmo”. A túnica, em contraposição do manto, era a peça de baixo do vestuário e por isso menos necessária. Assim, sendo, devemos nos preocupar até com as necessidades menos urgentes das pessoas, tanto como com as necessidades maiores.

Aos publicanos: “Não deveis exigir nada além do que vos foi prescrito”. Aos soldados: “A ninguém molesteis com extorsões; não denuncieis falsamente e contentai-vos com o vosso soldo”. Os indivíduos encarregados dos fundos públicos são tentados ao abuso do ofício e à injustiça, aumentando a taxa de seus proventos. Era fato conhecido que os publicanos não só cobravam taxas injustas e excessivamente altas, mas também costumavam apresentar relatórios falsos, furtando o erário público. Os soldados aqui mencionados se utilizavam de ameaças, da própria violência e das punições legais, para extorquir e roubar dinheiro público. Utilizavam também da chantagem, especialmente contra os ricos.

Não seria ele o Messias?”. João responde a esta expectativa mostrando a sua dupla inferioridade (em relação à pessoa e ao batismo).

Não sou digno de digno de desatar a correia das sandálias”. Era costume da época que este serviço fosse reservado aos escravos mais ordinários. João diz, portanto, que, em comparação com Jesus, ele não pode ser comparado nem mesmo a um escravo ordinário.

Eu vos batizo com água, mas vem aquele que vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. Trata-se de fazer a comparação entre os dois batismos e os dois ministérios. O batismo de João era símbolo do arrependimento, e não o próprio arrependimento. Era um sinal para atrair a atenção do povo, preparando-o e orientando-o para o batismo real, o batismo de Jesus. O batismo com fogo indica o caráter do batismo com o Espírito Santo: sua vinda em Pentecostes, os efeitos de purificação (purgar o bem e destruir o mal).

A pá está em sua mão; limpará a eira e recolherá o trigo em seu celeiro; a palha, porém, ele a queimará num fogo inextinguível”. A pá de madeira é um instrumento usado para separar o trigo da palha. A eira é um lugar plano e firme para malhar o trigo. Qualquer pessoa, ouvindo isso, poderia sentir a força da ilustração. O fogo já está aceso para queimar a palha; os celeiros já estão preparados para recolher o trigo. A vinda do Cristo já aconteceu. Ele tem a pá em sua mão. A ideia apresenta a urgência da conversão.

A conversão tem como finalidade a salvação. Por isso a alegria. “A alegria é oração, a alegria é fortaleza, a alegria é o amor, a alegria é uma rede de amor com a qual podeis chegar às almas. Deus ama quem dá com alegria. Dá mais quem dá com alegria. O melhor caminho para mostrar nossa gratidão a Deus e às pessoas é aceitar tudo com alegria. Um coração contente é o resultado normal de um coração que arde de amor. Não deixeis entrar em vós nada de triste que possa fazer-vos esquecer a alegria do Cristo ressuscitado. todos desejamos o céu, onde Deus habita, mas depende de nós o estarmos no céu já agora, o sermos felizes com ele neste momento. Mas sermos felizes com ele agora significa: amar como ele ama, ajudar como ele ajuda, dar como ele dá, servir como ele serve, salvar como ele salva, ficar vinte quatro horas com ele, encontrá-lo em suas tristes aparências” (Madre Teresa de Calcutá).

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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