Brasão da Arquidiocese de Sorocaba – 2022

O Brasão da Arquidiocese de Sorocaba foi atualizado, por isso não se trata de um novo. Originalmente foi estabelecido em conformidade com as orientações emanadas pelo então Arcebispo Dom José Lambert. O estudo e sua elaboração foi uma realização conjunta do Dr. Lauro Ribeiro Escobar e do Prof. Adilson Cezar. O desenho foi realizado pelo Prof. Paulo Afonso.

A atualização foi realizada pelo sr. Raul Breno Marquardt do “Atelier Heráldico” e finalizada no dia 03 de abril de 2022. Nessa atualização foram inseridos alguns elementos novos. Contendo “coisas novas e antigas”, a explicação parte do Brasão original para chegar ao atualizado.

Original: Descrição do Brasão d’Armas da Arquidiocese de Sorocaba

Armas: escudo samnítico, de blau (azul), no abismo o palio (branco) com quatro cruzes visíveis de sable (preto), ladeado de duas flores de lírio, de argento (branco), caule de sinople (verde), com doze pétalas postados em pala, uma a destra e outra a sinistra.

Timbre: uma cruz processual arquidiocesana de jalde (ouro = amarelo); abaixo, listel com a inscrição em caracteres versais maiúsculos ARQUIDIOCESE de SOROCABA.

O simbolismo expresso pelo brasão d’armas da Arquidiocese Metropolitana de Sorocaba, reflete primeiro sua unidade ao universo da Igreja Católica, seguindo os mesmos preceitos e interpretações relativas à heráldica eclesiástica.

No brasão o escudo, escolhido, demonstra a unidade/padrão ao universo da Igreja Católica Apostólica Romana, a cor azul ou blau de seu fundo, tem por significado o firmamento, o céu por objetivo.

O abismo ou campo é local onde se depositam as insígnias fundamentais e objetivas desse brasão d’armas. Sobre esse campo, foi depositado o pálio, que é a vestimenta litúrgica, utilizada pelo Papa desde a antiguidade, e posteriormente estendido seu uso aos Arcebispos Metropolitanos. Trata-se de um faixa de lã branca, confeccionada com a lã de dois cordeiros, que foram criados pelos monges trapistas da Abadia de “Tre Fontane”, em Roma. Depois o Pontífice os abençoa no dia de Santa Inês (21 de janeiro) e na sequência é trabalhado pelas monjas beneditinas de Santa Cecília em “Trastevere”. Os novos pálios são colocados diante do túmulo de São Pedro, e no dia 29 de junho é entregue pelo Papa aos novos arcebispos nomeados durante esse ano.

“Esse pano representa a ovelha que o pastor carrega nos ombros, assim como fez Cristo com a ovelha perdida. Desta forma podemos dizer que o palio é o símbolo da missão pastoral do bispo. O pálio é também a prerrogativa dos arcebispos metropolitanos, como símbolo de jurisdição em comunhão com a Santa Sé.”

O pálio em sua atual forma e como foi utilizado para compor o brasão d’armas da Arquidiocese de Sorocaba, é uma estreita faixa de tecido de lã, branca, curvada ao meio para poder repousar sobre os ombros acima da casula – a vestimenta lembra então a letra “Y” – e, como estas dobram ou são maiores que o escudo, não estão visíveis as duas abas pretas penduradas na frente e atrás bem como duas as suas seis cruzes negras de seda (que lembram as feridas de Cristo). Lembramos que o preto, negro ou sable, é o esmalte que representa a dor, a morte e está sempre associado ao desconhecido.

Como a Igreja de Sorocaba foi agraciada como Arquidiocese Metropolitana, adquiriu a possibilidade de ostentar essa insígnia e como a mesma foi colocada de forma envolvente, ela apenas demonstra parte dessa honraria, assim as pontas e outras cruzes, não se encontram visíveis. As cores o branco da lã do cordeiro e as cruzes são de preto ou na linguagem heráldica – de sable e se encontram visíveis apenas quatro destas. Demonstram de maneira inequívoca, o grau na hierarquia eclesiástica que a região de Sorocaba ocupa.

Ao lado destro (direito) e sinistro (esquerdo), estão colocadas em pala – vertical, duas flores de lírio, simbolizando que esta Arquidiocese Metropolitana é dedicada à virgem Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba. O cálice desta é de argento ou branco e voltado para o céu tende a ser o receptáculo dos benefícios divinos. A cor branca é aqui considerada simbolicamente como: inocência e pureza – o que se pretende alcançar com a dedicação à Igreja. Seu caule de sinople – verde, reflete o mundo presente e todo o processo construtivo desta fraternidade. Lembramos que o esmalte verde significa: sobretudo a natureza, a esperança, a liberdade, a saúde, a vitalidade, o crescimento, a harmonia, dentre outros.

A colocação desta de forma ereta, em pala, em direção ao alto, simboliza a fé em Deus, e naqueles que para ele nos conduzem. Esta flor dura e inflexível, deve ser intransigente como a fé do neófito. Em outros termos é a imagem da perfeição a ser alcançada pelos seus seguidores.

Dos dois caules brotam ao todo doze folhas de argento, brancas, refletindo a pregação dos doze apóstolos. Pode-se associar também essa flor de lírio como foi disposta com a simbologia de pilar, coluna, sustentáculo que leva a transformação do ser humano em um homem temente e dedicado a Deus. Como exemplo dessa transformação, estão as folhas em número de doze, todas no metal argento, ou seja, de branco, simbolizando essa transformação de homem comum naquele santificado. O número doze, corresponde aos 12 apóstolos de Jesus – homens escolhidos. Todos eram pessoas comuns, com profissões diferentes e tinham muitas falhas e fraquezas. Mas uma vez dedicados, treinados, se capacitaram de forma sobrenatural a principal missão de pregar o bem. Trata-se da imagem do processo de adquirir a perfeição espiritual. Aqui a flor simboliza o centro espiritual – “Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba”, que consegue proporcionar essa mudança em seus discípulos.

Em síntese o brasão d’armas identifica o Arcebispado como condutor das gentes desta paragem, através do culto à Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba e aprendizado com os apóstolos, para melhor qualidade religiosa.

O escudo tem por timbre a cruz processual arquiepiscopal, símbolo da dignidade de Arquidiocese. Essa cruz também pode ser conhecida pelos nomes de Cruz Patriarcal, porque possui um “braço” menor que representa a inscrição colocada pelos romanos na cruz de Jesus. O INRI que em latim quer dizer Jesus Nazareno Rei dos Judeus. Amplamente utilizada por bispos e príncipes da igreja cristã antiga. Esse desenho de cruz foi tomando forma e a placa realmente se tornou um novo “braço”, isto principalmente em uma região espanhola, razão de a denominarem também de Cruz de Caravaca, no século XIV. Nessa mesma área tem origem grande parte dos Padres da Companhia de Jesus (Jesuítas). Estes últimos tiveram grande missão evangelizadora na América do Sul, para onde trouxeram exemplares dessa modalidade de cruz, razão pela qual igualmente ficou conhecida como Cruz Missioneira. Os dois braços simbolizam a fé redobrada, foco de abnegação.

O listel de goles – vermelho, com a inscrição em caracteres versais maiúsculos, para que não se paire dúvidas sobre a propriedade deste Brasão d’Armas – ARQUIDIOCESE de SOROCABA.

Novos Elementos do Brasão atualizado

No brasão arquiepiscopal vão por trás do escudo a cruz processual arquiepiscopal e mais o báculo cerimonial passados em aspa (na heráldica, é quando duas peças formam um “X”). A cor tanto para a cruz processual arquidiocesana e o báculo cerimonial são de ouro.

Sobre o escudo vai uma mitra episcopal com as ínfulas

Acima das três hastes do “Y” foi inserido o símbolo da hóstia com as espigas de trigo. Esse elemento consta no brasão pessoal do primeiro bispo de Sorocaba, Dom José Carlos de Aguirre. Inserindo esse elemento a Arquidiocese deseja ressaltar as suas origens: a histórica que começou com o seu primeiro bispo e a espiritual que tem sua fonte no sacramento da eucaristia.

Foram reduzidas as folhas nos caules dos lírios: são seis folhas em cada lado o que permitiu fazer a folhas maiores, sem comprometer o conceito do numeral “doze”.

A cor azul clara foi mudada porque na heráldica a cor usada pra representar o céu é o azul escuro, o mesmo azul da bandeira do Brasil, mas pra não ficar tão distante da cor do Brasão original, foi usado um tom de azul meio termo.

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