A celebração é dedicada à memória das pessoas que, após a morte, contribuíram com seus corpos para o estudo e formação de novos médicos.
Na presença de médicos, estudantes e funcionários, o arcebispo metropolitano de Sorocaba, Dom Julio Endi Akamine, realizou na manhã desta quinta-feira (11), na Faculdade de Medicina e Enfermagem de Sorocaba, a missa do cadáver. A celebração é feita em respeito à memória dos que em vida assinaram em cartório o desejo de doar o próprio corpo para estudos.
Em sua celebração, Dom Julio citou que a morte tem o sentido de “chamar nossa vocação para a vida eterna”. O diretor da faculdade, o médico ginecologista Luiz Ferraz Sampaio, enfatizou que o contrato com o cadáver nos lembra que somos todos iguais.
Confira a Oração ao Cadáver Desconhecido, escrita pelo patologista austríaco Karl Rokitansky (1804 – 1874):
“Ao curvar-te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas; cresceu embalado pela fé e esperança daquela que em seu seio o agasalhou, sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens; por certo amou e foi amado e sentiu saudades dos outros que partiram, acalentou um amanhã feliz e agora jaz na fria lousa, sem que por ele tivesse derramado uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome só Deus o sabe; mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir a humanidade que por ele passou indiferente.”
Por: Adriane Mendes para o Jornal Cruzeiro do Sul/ Foto: Emídio Marques.