Aos seminaristas com carinho

Vocação, palavra que vem do latim “vocare”, o que significa “chamar”. Muitas são as formas com que Deus nos convida a assumirmos algo maior em nossa vida. Sendo assim, escutamos uma voz a nos chamar. Um dia eu aprendi que se “Deus nos chama, devemos-lhe uma resposta!”. Podemos ver o quão belo e criativo é o nosso bom Deus, pois com cada um Ele teve uma forma de fazer Seu chamado, de um jeito natural, respeitando suas realidades. Isso não foi diferente com os seminaristas, que um dia ouviram este chamado, no qual alguns buscavam entender melhor sobre o que se tratava esta voz que ecoava em seus corações, e outros relutavam, mas no fim o chamado foi mais forte. Entraram no seminário.

Tudo o que fazemos tem uma consequência, e no caso dos seminaristas, por aceitarem a voz d’Aquele a quem os chamaram, foi a de renunciar; renunciar seu lar, seus sonhos, suas famílias; para viverem os sonhos de Deus, morarem juntos com outros rapazes, e com eles construir um novo lar, uma comunidade, uma família. Estes seriam seus novos irmãos, um diferente do outro, com personalidades distintas, talentos diversos, mas todos com o mesmo desejo: ser padre! Enquanto alguns encontram dificuldade numa coisa, e o restante em outra, todos se ajudam para crescerem juntos. Isto é irmandade; isto é comunhão; isto é ser família.

São anos dedicando nosso tempo aos estudos, a aprofundarmos a nossa relação com o Divino, a termos uma espiritualidade autêntica. Mas nunca nos faltaram momentos para passarmos um tempo juntos, para as risadas, às conversas sobre variados assuntos, às partilhas e desabafos. Ser seminarista também é ser um amigo que empresta seu ombro para o próximo.

Ao longo dos anos muitos passam em nossas vidas. Nas paróquias onde passamos e fazemos nossos trabalhos pastorais podemos ter um encontro com Cristo, em cada lar que visitamos, em cada abraço, em cada sacrário das comunidades. Estas idas e vindas criam laços, tornam-se raízes. Como é bom saber que tem um povo que se dispõe a rezar pelas nossas vocações, que jejuam e oferecem uma parte do tempo para oferecer louvores a Deus por nós. De fato, a vocação ao sacerdócio é uma resposta a um povo que ora, que clama, que conversa com Deus fervorosamente.

Possamos nós sempre voltarmos os nosso olhos ao nosso bom Deus, e por Ele, sempre n’Ele e para Ele, viver. Que a exemplo de São Luís Gonzaga, nosso padroeiro, nós possamos dedicar a nossa vida, gastar a nossa juventude, viver os nossos dias, servindo e levando almas para Deus. Que nossas vocações sejam o reflexo e extensão do amor e da misericórdia de Deus para todos aqueles que precisam. Que nossos irmãos e irmãs da nossa arquidiocese vejam em nós a esperança que eles (as) tanto anseiam.

Hoje vivemos um pouco do “seminário fora do seminário”, mas, com a graça de Deus, em breve, estaremos juntos novamente.

Autor: Seminarista Lucas Fernando Pedrão

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