A Palavra do Pastor: Um ano

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Há um ano tomei posse da Arquidiocese de Sorocaba e gostaria de fazer uma breve revisão pastoral. Mais do que um balanço de sucessos e insucessos, gostaria de partilhar algumas experiências deste primeiro ano, esperando uma purificação das alegrias e uma integração das tristezas no senso do mistério que conduz a ação evangelizadora.

No dia da posse, fiquei impressionado com a calorosa acolhida de todos. Dom Eduardo, desde o dia em que fui nomeado, dispensou uma atenção fraterna e afetuosa e deu informações importantes sobre a situação da Arquidiocese.

A primeira providência foi a de visitar os padres pessoalmente. Quis achar os endereços sozinho para “aprender o caminho”. As visitas foram realizadas em um tempo relativamente curto (dois meses). Tive a oportunidade de entrar nas casas dos padres, de tomar um rápido contato com a paróquia em que cada um trabalha e, em algumas, celebrei missa.

Até agora dei aproximadamente 186 audiências na Cúria. A lista de pessoas a serem recebidas ainda é grande e não diminui. Muitas audiências consistiram na apresentação de pastorais, movimentos, associações, novas comunidades e outros grupos que de alguma forma estão ligados à Igreja. Tem sido muito bom o fato de poder receber essas pessoas; elas me dão uma ideia da riqueza da realidade pastoral da Arquidiocese de Sorocaba.

Fiz 3.514 crismas. O contato, ainda que rápido, com os jovens foi sempre muito consolador e estimulante. Desejei fazer da celebração da crisma uma expansão da presença do bispo em meio ao povo.

Tenho dedicado as terças-feiras aos seminários propedêutico e maior. Além disso, acompanhei todos dos convívios vocacionais promovidos em 2017 e participei do momento de admissão dos candidatos ao propedêutico. Toda a ação evangelizadora da Arquidiocese de Sorocaba deve ser vocacional. Por si mesma, ela deve incluir o chamado missionário e, para cada um que recebe a Boa Nova, uma vocação específica. Proclamar o Evangelho é propagar a Boa Nova de um chamado para um novo ser e uma vida nova com Cristo e com os irmãos, e isso inclui a vocação presbiteral e religiosa. Peço a todos que colaborem, fazendo a proposta vocacional de maneira criteriosa e pessoal: criteriosa significa com conhecimento do(a) jovem e da sua família, de suas limitações e potencialidades, com o acompanhamento espiritual e pastoral; pessoal significa fazer o convite pessoal aos jovens que conhece e que demonstram sinais de vocação.

Escrevi periodicamente aos jornais Terceiro Milênio e Diário. Os temas são marcadamente catequéticos. O mesmo ocorre com os vídeos divulgados pelas redes sociais: são adaptações dos artigos publicados nos periódicos. O programa diário da Rádio Cantate é um comentário do Evangelho do dia.

A administração dos bens tomou um tempo considerável. Com efeito, a economia está a serviço da evangelização. Sem uma economia robusta, a evangelização corre o risco de paralisar. Por outro lado, uma economia sem espírito evangelizador, transforma-se em negócio e comércio sórdido do sagrado.

Exprimo minha alegria pela transformação da Santa Casa e da Irmandade. Foi depositada na Arquidiocese de Sorocaba uma grande confiança, não podemos decepcionar.

Neste primeiro ano, tivemos o falecimento do Diácono Pedro Damas no dia 24 de fevereiro, do Diácono Egídio no 26 de setembro e do Padre Francisco Moraes no dia 22 de maio. Recordo que, durante os 94 anos de nossa Arquidiocese, 52 padres que nos precederam e colaboraram na edificação de nossa Igreja Local, passaram desta vida para a glória eterna do Pai. O presbitério de Sorocaba é uma comunhão que não se desfaz nem mesmo com a morte. Por isso, rezar pelos sacerdotes e pelos diáconos falecidos, agradecendo a Deus pela vida e ministério deles, é uma expressão inerente e espontânea de uma comunhão que se estende até a eternidade da comunhão dos santos.

Em dezembro realizou-se a abertura do Ano do Laicato. Peço que todos participem do Congresso de Leigos. A sua primeira fase consta de 3 reuniões. As paróquias, os movimentos, as associações, as irmandades, as novas comunidades sejam todas solicitadas a darem sua contribuição.

Ainda precisaria mencionar muitas outras atividades que ficaram fora dessa breve revisão não por não serem importantes, mas porque o espaço deste artigo chega rapidamente ao seu fim.

O trabalho é, sem dúvida, a nossa coroa. Ele a é a alegria de criar e de produzir. Não é o castigo de Deus para o homem pecador; é a nobre tarefa que o Criador deu ao homem e com a qual ele exerce e torna clara para si a dignidade de ser criado à imagem e semelhança do Criador. O trabalho sacerdotal revela para nós com ainda maior clareza a sublimidade que o trabalho humano pode atingir pela graça da ordenação. Afinal, o que temos nas mãos não são objetos profanos, mas realidades santas.

Mas o trabalho é também suor no rosto. A fadiga nos ensina que não devemos fazer tudo sozinhos. Que devemos confiar em Deus e que é bom buscar colaboradores. A fadiga é escola de humildade para os sacerdotes, porque estreita os laços de fraternidade entre eles. Ela nos revela que carregamos os fardos uns dos outros. É dessa maneira que nos amamos concretamente e formamos um só presbitério.

O descanso é experiência de plenitude. Por isso, é preciso que procuremos dedicar tempo à oração. A contemplação é antídoto para o ativismo, a pressa e o frenesi e nos ajuda a recolocar no lugar de honra o que de bom recebemos de Deus e a nos alegrar com seu amor por nós.

Trabalho e descanso no Senhor foi o ritmo deste primeiro ano. Será também o dos próximos.

Por: Dom Julio Endi Akamine, SAC – fevereiro/2018.

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