Em todos os anos o Papa traz uma reflexão através de carta para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que é comemorado sempre na solenidade da Ascensão do Senhor, que neste ano de 2020 cai na data de 24 de maio. O início desta prática se iniciou com o Concílio Vaticano II e tem como o objetivo alertar sobre os aspectos do impacto das novas formas de comunicação tem sobre a sociedade atual.
Para este 54º ano o Papa Francisco propôs como tema “Para que possas contar e fixar na memória” (Ex 10, 2). A vida faz-se história” que tem como ponto central a arte de contar histórias, capacidade do ser humano em comunicar fatos passados para que seja perpetuado pelas gerações.
A nossa tradição de contar histórias foi se aperfeiçoando através dos tempos, de uma tradição meramente oral, de pai para filho, pelas gerações, depois passando pela prática das pinturas rupestres, pelo teatro grego, pela imprensa de Gutemberg, fotografia, cinema, rádio, TV até os stories de nossa rede social favorita. Há todo momento contamos histórias, construímos narrativas, transformamos seres humanos em heróis ou destruímos sua vida em poucos segundos. Conforme o Papa Francisco, o ser humano não somente tem necessidade de comer, dormir ou te satisfazer os seus desejos, “mas também o único que tem necessidade de narrar-se a si mesmo, «revestir-se» de histórias para guardar a própria vida.”
Você também pode construir o storytelling , termo em inglês “Story” significa história e “telling”, contar. Mais que uma mera narrativa, Storytelling é a arte de contar histórias usando técnicas inspiradas em roteiristas e escritores para transmitir uma mensagem de forma inesquecível, sua vida! Como foi a sua trajetória profissional até aqui? Quais foram as suas experiências marcantes? As conquistas? Os fracassos? Talvez seja a hora de você construir o seu personagem para que encontre as respostas necessárias que há tanto tempo procura. “Mergulhando dentro das histórias, podemos voltar a encontrar razões heróicas para enfrentar os desafios da vida.”, sentencia o Papa Francisco.
Mas, voltando a carta, o Papa alerta que temos que tomar cuidado com as histórias que não edificam, que não trazem nenhum benefício para o desenvolvimento humano. “Numa época em que se revela cada vez mais sofisticada a falsificação, atingindo níveis exponenciais (o deepfake – vídeos criados artificialmente a partir de rostos reais, geralmente de pessoas famosas), precisamos de sapiência para patrocinar e criar narrações belas, verdadeiras e boas. Necessitamos de coragem para rejeitar as falsas e depravadas. Precisamos de paciência e discernimento para descobrirmos histórias que nos ajudem a não perder o fio, no meio das inúmeras lacerações de hoje; histórias que tragam à luz a verdade daquilo que somos, mesmo na heroicidade oculta do dia a dia”. Temos que fugir de histórias meramente artificiais, que não contam a realidade da empresa em face de conquistar mais vendas, mais clientes; ou em escala pessoal, eliminar concorrentes e angariar postos mais altos. Como dizem, o pai da mentira é o diabo e, como diz no ditado, ela tem perna curta.
Qual é a história que você tem para contar?
Que tal começar hoje?
Texto: Fábio Fernando Torrezan
Design Gráfico e Diretor de Comunicação da ADCE Sorocaba/Membro e Design Gráfico na Pascom Arquidiocesana.
Foto: Cartaz 54°DMCS Pascom Brasil.